A Ria voltou a invadir terrenos agrícolas na zona da Marinha, em Ovar, e a absorção da água salgada ameaça a sua utilização futura. Trata-se de uma situação que lugar no final do mês de setembro, que se repete, ano após ano, e que voltou a colocar em sobressalto a população daquela localidade vareira. Os agricultores e proprietários dos terrenos ameaçados voltaram a manifestar descontentamento com a situação, que se repetiu mesmo depois de concluídas as obras de “Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico” (Desassoreamento na Ria de Aveiro), levadas a cabo pela Polis Litoral Ria de Aveiro. A empreitada, onde já foram investidos mais de 21,6 milhões de euros, contemplou a “dragagem de cerca de 1 milhão de m3 de sedimentos numa extensão global de 95 km, cujo objetivo passou, também, pelo reforço de margens e motas em zonas baixas ameaçadas pelo avanço das águas e da deriva litoral, contribuindo, desta forma, para a minimização de riscos, especialmente de erosão costeira”, entre outros. Os recentes galgamentos da Ria sobre terrenos agrícolas na Marinha foram tema de debate e esclarecimento na última Assembleia Municipal de Ovar, onde Salvador Malheiro aproveitou para esclarecer ser “conhecedor daquilo que aconteceu na Marinha, nos últimos dias” de setembro. O presidente da Câmara Municipal garantiu ter estado no local onde disse ter havido “infelizmente, um alagamento de algum espaço agrícola, que vem colocar em causa aquilo que é a atividade agrícola no futuro”. Apesar da zona afetada pertencer “a apenas um proprietário”, Salvador Malheiro garantiu que, “passados dois dias já lá estavam os técnicos da POLIS, acompanhados dos técnicos da Câmara Municipal, para ver aquilo que aconteceu e aquilo que poderá mitigado. Comunistas exigem que sejam apuradas responsabilidades políticas O PCP de Ovar classifica a intervenção levada a cabo pela POLIS da Ria de Aveiro como uma “operação extremamente lesiva para o interesse público” e aponta as razões que estão na base desta acusação. Num documento que fizeram chegar à nossa redação, os comunistas, para além de afirmarem que “os terrenos agrícolas continuam a ser alagados, salinizados e as suas produções agrícolas destruídas”, defendem que a intervenção levada a cabo “agravou e criou novos problemas de drenagem nestes terrenos agrícolas”. O PCP de Ovar lembra que “as estradas continuam a ser alagadas e interrompidas pelas águas da Ria, prejudicando, gravemente, as acessibilidades nesta localidade” e destaca que “as casas continuam a ser ameaçadas por inundações”. Ler notícia completa na edição impressa
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