Mário Manaia é o cabeça de lista do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Ovar. O atual deputado dos bloquistas na Assembleia Municipal de Ovar revelou ao PRAÇA PÚBLICA os motivos que o levaram a avançar com esta candidatura, fez um balanço do atual estado do concelho e revelou as prioridades e objetivos estabelecidos pelo BE de Ovar, para as eleições autárquicas.
Por que decidiu candidatar-se à presidência da Câmara Municipal de Ovar?
Esta candidatura foi ‘anunciada’ no dia 25 de Abril, na cerimónia de celebração da Assembleia Municipal de Ovar, onde tive a oportunidade de, na minha intervenção, criar um fio condutor que liga as promessas por cumprir do 25 de Abril às ameaças do cenário geopolítico internacional atual, com enfoque para a deriva extremista de Trump e o seu amigo Putin, passando pela crítica às políticas europeias de subjugação às chantagens de ambos, e culminando no impacto concreto que estas terão no quotidiano de Ovar e dos munícipes. A título de exemplo, foquei duas das promessas de Abril que ainda estão por cumprir na sua plenitude: Trabalho e Habitação. Como forma de resistência a esta nova frente ultraliberal, lancei reflexões e propostas muito concretas, de construção de alternativas nas políticas municipais, nomeadamente. Foi com base neste quadro internacional que nos lança enormes desafios, também ao nível local, e naturalmente nos quatro anos de experiência que levo enquanto deputado na Assembleia Municipal de Ovar, que me disponibilizei, e felizmente recebi o apoio das minhas e dos meus camaradas, para esta exigente, mas não menos estimulante, missão de encabeçar a lista da candidatura à Câmara Municipal de Ovar, pelo Bloco de Esquerda.
Como é que avalia a evolução do concelho ao longo das últimas décadas e em particular ao longo dos últimos quatro anos?
Naturalmente que houve aspetos positivos, como a qualificação e abrangência de conteúdos na Cultura, ou uma marcada sensibilidade nas vertentes de Desenvolvimento e apoios Sociais, apesar de os Orçamentos Municipais não terem acompanhado, na criação (finalmente!) de transportes rodoviários intermunicipais - uma luta antiga que vínhamos defendendo como prioridade - ou ainda o trabalho sustentado do desenvolvimento e aplicação da Estratégia Local de Habitação. Neste campo, convém relembrar que foi através da Lei de Bases da Habitação, aprovado no governo da “geringonça” de 2015-19, que estas políticas e instrumentos de financiamento estrutural foram desenhadas, para agora, uma década depois, poder dar frutos. Por outro lado, temos vindo a chamar à atenção e a fazer propostas, quer de melhoria, quer de alternativa, no âmbito da Assembleia Municipal de Ovar, para prioridades e respetivos financiamentos municipais pela mão dos orçamentos, nomeadamente na necessidade gritante de combate à crise da Habitação, nas enormes carências nas infraestruturas de mobilidade suave - rede intermodal de ciclovias e rede estrutural de passeios, a gratuitidade nos transportes públicos rodoviários - com impacte orçamental pouco significativo, mas determinante na alteração de mentalidades no sentido da Mobilidade Sustentável municipal.
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